CATI - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral do Estado de São Paulo

04/18/2024 | Press release | Distributed by Public on 04/18/2024 08:09

Produção de leite a pasto é tema de encontro da CATI em Mococa e Tapiratiba

  • 18/04/2024
  • Bárbara Beraquet (MTB 37.454) - Diretora do Centro de Comunicação Rural da CATI -, com informações do GT de Pecuária de Leite.

Grupo Técnico de Pecuária de Leite, composto por técnicos da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, participou de ciclo de palestras para atualização

Com o tema "Atualização Técnica em Produção de Leite a Pasto", um ciclo de palestras, juntamente com a primeira reunião presencial de 2024 do Grupo Técnico (GT) de Pecuária de Leite da CATI, reuniu técnicos no último dia 26 de março, nas dependências do Instituto Agronômico (IAC) - Núcleo Regional de Pesquisa de Mococa.

O engenheiro agrônomo Daniel Bruno Beluti, diretor técnico de divisão da CATI Regional São João da Boa Vista, recebeu a equipe, seguido pelo engenheiro agrônomo Valdo Prado Nunes, da mesma Regional, que apresentou os principais aspectos e trabalhos que vêm sendo realizados pelos técnicos da Regional na orientação aos produtores de leite, para maior eficiência e viabilidade da produção leiteira a pasto.

"As atividades de capacitação são essenciais ao treinamento de novos técnicos visando a uma maior disponibilidade de atendimento aos produtores", pontuou Valdo. Além disso, o agrônomo destacou a importância da interpretação da análise de solo e frisou que a produção de leite a pasto se torna essencial em muitas propriedades, por apresentar os menores custos quando comparada com outras fontes de alimentação do rebanho leiteiro.

A segunda palestra foi ministrada pela engenheira agrônoma Letícia Maduro Nunes, que falou sobre irrigação de pastagens, com destaque para novas tecnologias aplicadas aos sistemas, visando à maior eficiência dos projetos e, consequentemente, maior produção de volumoso por hectare.

O médico-veterinário José Ricardo Lobo, da CATI Regional São João da Boa Vista, apresentou o tema "Custo de uma Novilha Leiteira". Por meio de uma planilha de crescimento de fêmeas leiteiras que realiza todo o acompanhamento, desde o nascimento até a primeira cria, ele mostrou que é possível que produtores e técnicos tenham um controle total do desenvolvimento e dos custos de investimento na formação das matrizes.

As outras palestras foram sobre "Balanceamento de Ração", ministrada por Valdo Nunes, e "Manejo Reprodutivo de Rebanhos Leiteiros", ministrada pelo médico veterinário Claudio Camacho, da CATI Regional Jales.

As palestras técnicas foram realizadas com a participação dos membros do GT de Pecuária de Leite e demais técnicos da CATI Regional São João da Boa Vista, bem como de Regionais convidadas para o evento.

Visita à Mococa observou sistema de pastejo

No período da tarde do dia 27 de março, os membros do GT, acompanhados dos demais técnicos presentes, se deslocaram até o Sítio Indaiá, no município de Mococa. O grupo foi recebido pelo produtor de leite Juliano da Silva Gaspar e conduzido pelo engenheiro agrônomo Valdo até a área de pasto das vacas em lactação, local com solo de turfa, para observação das práticas implantadas no manejo da pastagem de capim Tifton-85, como a drenagem do terreno, o dimensionamento dos piquetes, questões relacionadas à adubação do solo, sistema de irrigação e outros aspectos particulares que têm possibilitado o sucesso da implantação do sistema de pastejo. Também foi discutido o sistema de criação das bezerras e novilhas leiteiras, que tem por objetivo a recria precoce, com a meta de inseminação aos 15 meses.

Ainda no Sítio Indaiá, houve a demonstração do uso do aparelho de ultrassom veterinário como ferramenta de grande importância na avaliação ginecológica das matrizes leiteiras. Claudio Camacho realizou o exame em algumas vacas da propriedade, demonstrando, como uma das vantagens do uso dessa tecnologia, a capacidade de obter resultados precoces e precisos no diagnóstico da situação reprodutiva das matrizes de um rebanho leiteiro.

O Sítio Indaiá apresenta uma área total 6ha, composta por 3ha de pasto rotacionado irrigado (2ha de Tifton e 1ha de BRS Zuri); 1,5ha de área para produção de silagem; 1ha de área de recria de fêmeas leiteiras em semiconfinamento e 0,5ha de área complementar. Atualmente, a propriedade apresenta uma produção de 450 litros de leite diários, com 21 vacas em lactação, que estão, desde 1.º de setembro de 2023, exclusivamente, na área de pastagem rotacionada.

Tecnologia de ordenha e tecnologia genética em Tapiratiba

O último dia foi reservado para uma visita técnica à Fazenda Bela Vista, localizada no município de Tapiratiba. A visita foi conduzida por Marcia Senna, bioquímica e uma das gerentes da fazenda, que iniciou sua apresentação contando um pouco da história da atividade leiteira na propriedade, iniciada e consolidada pela determinação de Olavo Barbosa, já falecido, mas que foi o grande responsável por tudo o que é visto ainda hoje na fazenda. Atualmente, a Fazenda Bela Vista ocupa o terceiro lugar no ranking nacional das maiores produtoras de leite do Brasil, sendo que, num passado não muito distante, chegou a ser a maior produtora de leite da América Latina.

A propriedade possui uma produção média em torno de 83 mil litros de leite por dia, com pouco mais de 2.200 vacas holandesas em lactação, as quais são mantidas em sistema "free-stall" e ordenhadas três vezes ao dia, com alimentação à base de silagem de milho e suplementação concentrada.

A fazenda utiliza sistemas de ordenha paralela.Vacas secas, vacas em fase final de gestação e novilhas são mantidas em sistema de "compost barn". O laticínio de leite tipo A envasa em torno de 55 mil litros do produto e o restante é processado em derivados lácteos, como iogurtes, creme de leite e queijos.

Valdo ainda destacou que a Fazenda Bela Vista é parceira fundamental no Projeto Leite Saudável, que compartilha tecnologia genética com inúmeras pequenas propriedades, agregando, assim, desenvolvimento da bovinocultura leiteira na região.

Sobre o GT de Pecuária de Leite

O GT de Pecuária de Leite da CATI é formado por técnicos de várias regiões do Estado de São Paulo e, dentre suas atribuições, está a de contribuir com as Regionais objetivando aprimoramento e execução dos trabalhos de orientação técnica fornecida pelos assistentes agropecuários da CATI aos produtores de leite paulistas.

Aos técnicos que estejam realizando trabalhos em propriedades leiteiras e necessitem de mais orientações, podem solicitar apoio ao GT por meio do e-mail [email protected] (Ana Paula Roque - Zootecnista - Líder do GT de Pecuária de Leite).