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11/27/2021 | Press release | Distributed by Public on 11/27/2021 15:17

Projeto-piloto do Ministério da Saúde incorpora tecnologias e leva telemedicina para aldeias indígenas

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SAÚDE INDÍGENA

Projeto-piloto do Ministério da Saúde incorpora tecnologias e leva telemedicina para aldeias indígenas

Novos modelos de Unidade Básica de Saúde Indígena podem beneficiar mais de 761 mil moradores de aldeias atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
Publicado em27/11/2021 17h58

- Foto: Myke Sena

O Ministério da Saúde lançou nesta sexta-feira (26) o projeto-piloto de telemedicina na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) em Rio das Cobras, localizada em Laranjeiras do Sul (PR). Esse é considerado o maior território indígena do Paraná, com mais de 3 mil moradores. O objetivo com esse novo modelo de UBSI é incorporar tecnologias em saúde e ampliar a capacidade de atendimento dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) no SUS.

A UBSI em Rio das Cobras será a primeira a receber equipamentos com tecnologia de ponta e servirá de base para expansão desse tipo de unidade em todos os distritos, melhorando assim o atendimento das mais de 1.200 Unidades Básicas de Saúde Indígenas pelo país. Hoje, as UBSIs brasileiras prestam atendimento a mais de 761 mil pessoas em 6 mil aldeias de todo o país.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou do lançamento e destacou que o Governo Federal vai trabalhar para ampliar o acesso qualificado à atenção primária no atendimento às populações indígenas. "Estratégias de tecnologia de informação e comunicação são fundamentais para ampliarmos o acesso à saúde em todo o país, incluindo as populações indígenas. O nosso compromisso com essa assistência é perene, realizado pela secretaria específica para tratar do tema, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). [...] Essa unidade é um exemplo de que é possível trabalhar muito em favor da saúde indígena", afirmou.

A inovação possibilita a chegada de um novo padrão de atendimento às aldeias. A medida também diminui o tempo de resposta em casos de atendimentos mais específicos e facilita o acesso dos pacientes aos profissionais de saúde nas mais diversas especialidades. A enfermeira Kelly Carvalho, que trabalha na UBSI de Rio das Cobras há 9 anos, relatou que os atendimentos com a incorporação de tecnologias já estão beneficiando a população da terra indígena.

"Nós conseguimos realizar um atendimento por vídeo, com o Hospital Albert Einstein, de uma paciente que aguarda há cinco anos uma consulta com reumatologista. A paciente chegou a chorar durante o atendimento. Essa comunidade só tem a ganhar com essa iniciativa", contou Carvalho, durante a cerimônia de lançamento do projeto, que também contou com a presença do titular da Sesai, Robson Santos da Silva.

As lideranças da terra indígenas de Rio das Cobras também destacaram a importância do projeto-piloto para a população indígena atendida pela UBSI. "Essas parcerias vão atender a comunidade inteira. É uma alegria. É muito valioso ter esse atendimento. Para a equipe que vai trabalhar aqui vai ser muito melhor e toda a comunidade será beneficiada", afirmou o cacique da aldeia, Ângelo Cretã.

Inovação

Durante a etapa de execução do projeto piloto, os indígenas poderão passar por triagem inteligente, capaz de gerar dados qualificados. Exemplo disso é o uso da retinografia, técnica de exame que consiste em registrar fotografias da retina, do nervo óptico e do fundo do olho que realiza um diagnóstico mais preciso de possíveis lesões na região.

Outros exemplos são os exames de análises clínicas e citopatológicas que contarão com o auxílio de inteligência artificial para rastrear doenças e garantir diagnósticos precisos de forma rápida e eficiente. Um trabalho, que associado ao atendimento via telessaúde, vai garantir que o indígena seja atendido onde ele estiver, sem sair do seu território.

Parcerias

Os equipamentos que serão utilizados nas Unidades Básicas de Saúde Indígenas foram adquiridos por meio de parcerias, como a doação de 34 kits de equipamentos feita pela mineradora Vale, no valor de R$ 7 milhões. Os kits serão distribuídos aos 34 DSEI.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Hospital Israelita Albert Einstein e a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) também são parceiros no projeto e vão fornecer tecnologias e conhecimentos para tornar a UBSI referência em território indígena.

Energia limpa

A Unidade de Saúde Indígena será abastecida com energia limpa e renovável a partir da instalação de uma miniusina solar que manterá os equipamentos funcionando com base nos pré-requisitos da sustentabilidade. Também estão sendo instalados biodigestores com capacidade para transformar dejetos humanos e restos de alimentos orgânicos em adubo e gás de cozinha.


Ministério da Saúde

Categoria
Saúde e Vigilância Sanitária