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AFD - French Development Agency

04/25/2024 | News release | Distributed by Public on 04/25/2024 04:36

Os bancos brasileiros, grandes parceiros na implementação dos ODS da agenda 2030

Criação de empregos, acesso à saúde para os mais desfavorecidos, energia limpa e segura para a população... No sul do Brasil, empresários, políticos e diretores de organizações falam sobre os benefícios tangíveis da parceria entre a AFD e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Desde 2018, a AFD e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) vêm unindo forças com o objetivo de acelerar a transição para o desenvolvimento sustentável na região sul do Brasil. Em seis anos, a AFD mobilizou 220 milhões de euros em linhas de crédito para apoiar projetos de alto impacto social e ambiental na região. Além disso, 1,3 milhão de euros foram investidos no processo de transformação estratégica do BRDE, que pretende se tornar um "banco verde".

Em janeiro de 2023 e janeiro de 2024, a sucursal de Brasília da AFD realizou duas missões de campo com o BRDE para se reunir com os beneficiários dessa parceria (empresas públicas e privadas, municípios, médicos, etc.), para compreender melhor as questões ligadas à implementação dos financiamentos e observar seus impactos tangíveis no tecido econômico local.

A região Sul do Brasil

© Ilona Costey


A região sul do Brasil, que inclui os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (30 milhões de habitantes, cerca de 15% do PIB nacional), é o segundo maior polo econômico do país. Com seus mais de 500.000 km2, a região é praticamente do tamanho da França. Historicamente, ela é conhecida como o berço do cultivo da erva-mate, uma planta "sagrada" com virtudes semelhantes às do café, consumida pelos povos originários do Brasil. Os principais centros urbanos, especialmente Curitiba, no Paraná, desenvolveram-se graças ao comércio dessa planta.

Hoje, as atividades econômicas evoluíram, e os desafios se concentram principalmente no desenvolvimento urbano sustentável (mobilidade, urbanismo, habitação, água e saneamento), agricultura e pecuária (20% das emissões de gases do efeito estufa do Brasil). Além disso, o foco atual é na ajuda aos agentes econômicos, para que adotem práticas mais sustentáveis (métodos de produção, emprego e combate às desigualdades, gestão de resíduos).

Ilumina Guarapuava (Paraná): iluminação pública mais verde e segura


No Brasil, devido à natureza técnica e o custo humano e financeiro da gestão de serviços públicos, muitos municípios estão recorrendo a parcerias público-privadas (PPP), especialmente nas áreas de iluminação, gestão de resíduos, água e saneamento e transporte entre zonas urbanas...

Esse é o caso do município de Guarapuava, no estado do Paraná, que montou o consórcio Ilumina Guarapuava para administrar a iluminação pública nos próximos vinte anos. O financiamento de 2 milhões de euros da AFD-BRDE permitiu a troca de 20.000 postes de iluminação pública antigos por postes de LED, que consomem menos energia.

"Agora, quando o sistema sinaliza uma falha, sabemos exatamente onde está o problema e uma equipe é enviada rapidamente para fazer a manutenção" explica o gerente do consórcio e secretário municipal de planejamento e urbanismo, Paulo de Souza. "Com essa tecnologia, a produtividade aumenta e isso é excelente para o bem-estar da população. Houve uma queda significativa da violência noturna e as crianças podem jogar bola na rua de novo".

Brasil Palu (Paraná): de serragem a pellets

© Victor Bielly


No Paraná, entrevistamos Valdir Palu, diretor de uma pequena empresa familiar de madeira, a duas horas de Curitiba. Há 30 anos, a Brasil Palu vem plantando árvores de Pinus (árvores não primárias da região) para atender à demanda de madeira serrada no mercado nacional e, mais recentemente, no mercado internacional. Até 2018, a empresa familiar descartava ou vendia a serragem resultante de sua produção. Esse resíduo se acumulava todos os meses, sem valor agregado para a empresa.

Preocupada em proteger o meio ambiente e reciclar seus resíduos, a Brasil Palu pediu ao BRDE ajuda para fabricar pellets a partir dessa serragem. Graças ao financiamento da AFD e do BRDE (2 milhões de euros), a pequena empresa familiar conseguiu comprar o equipamento necessário. Agora ela exporta esses pellets, principalmente para a Europa, onde o mercado está cada vez mais à procura de fontes de energia renováveis.

Alto Braço Energia Ltda. (Santa Catarina): microcentrais hidrelétricas

© Victor Bielly


Nas colinas do interior de Florianópolis (Santa Catarina), onde a renda da maioria dos habitantes vem de pequenas fazendas familiares, a empresa Alto Braço Energia Ltda. solicitou um financiamento da AFD-BRDE (1 milhão de euros) para construir uma usina hidrelétrica de pequeno porte capaz de fornecer energia limpa e renovável aos municípios vizinhos.

Há vários anos, a agência reguladora nacional do Brasil vem incentivando a construção de pequenas centrais hidrelétricas devido a seu baixo impacto no meio ambiente. "O impacto social dessa usina também é positivo", explica um jovem engenheiro que encontrou uma vaga de trabalho qualificado graças à usina, morador de um município vizinho. Desde que ela foi construída, muitos jovens foram treinados, e toda a região agora tem acesso à Internet.

Santa Casa de Porto Alegre (Rio Grande do Sul): acesso à saúde para todos

O sistema de saúde do Brasil possui dois pilares: hospitais privados e hospitais públicos, que atendem os pacientes do sistema único de saúde (SUS). Infelizmente, o SUS possui recursos extremamente limitados, e certos pacientes são obrigados a esperar meses por um tratamento. Os hospitais privados possuem cerca de 250.000 leitos. São 150.000 na rede pública, para atender um número muito mais elevado de pacientes.

A Santa Casa, fundada no início do século XIX, é muito apreciada no sul do Brasil. Localizado no centro de Porto Alegre, esse hospital sem fins lucrativos tem um modelo público-privado interessante: atende 60% de pacientes pelo SUS e o restante através do sistema privado. Os recursos recebidos pelo sistema privado compensam a parte do SUS. Em 2020, a Santa Casa solicitou financiamento da AFD-BRDE (10 milhões de euros) para construir uma nova ala que inclui um pronto-socorro do SUS e uma seção privada.
Durante nossa visita, o diretor do hospital contou que o empréstimo para a construção dessa nova ala permitiu que 60% dos pacientes continuassem a ser atendidos pelo sistema único de saúde.

Para mais informações, assista a vídeos sobre projetos financiados pela parceria AFD-BRDE